Él pasó con otra; yo le vi pasar. Siempre dulce el viento y el camino en paz. ¡Y estos ojos míseros le vieron pasar!
Él va amando a otra por la tierra en flor. Ha abierto el espino; pasa una canción. ¡Y él va amando a otra por la tierra en flor!
El besó a la otra a orillas del mar; resbaló en las olas la luna de azahar. ¡Y no untó mi sangre la extensión del mar!
El irá con otra por la eternidad. Habrá cielos dulces. (Dios quiera callar.) ¡Y él irá con otra por la eternidad.
- Gabriela Mistral -
estranho sentir
aperta o peito
escapa do entender
afoga o ar
endurece o olhar
instante louco
fugaz
passa rápido
fica o sentido
de pele ardendo
nada encosta
queima dentro
pra fora.
segunda-feira, 12 de abril de 2010
na dança dos dias você me da tua mão hoje,
eu me dou amanhã...
por amar.
sexta-feira, 9 de abril de 2010
menina,
anda no fio da navalha
com teu batom
tua carne
teus ais.
eu te como
com tanta voracidade,
com a fome
dos desesperados,
te como em pedaços
em fatias,
te como em luas
inteiras.
Quando eu for,
te levo...
pedaços da lua
do lado escuro,
te levo na bolsa de mão uma ou duas estrelas
te levo embrulhado no guardanapo
uns fiapos de sonho,
te levarei em caixa de sapato meu sorriso,
guardado
te levo na mão uns pós que encontrei no sol
te levo aquela musica que não ouvimos
e te convidarei para dançar comigo
numa serenata ouvindo poesias.
quinta-feira, 8 de abril de 2010
(Manoel Constantino)
rasgou a roupa quebrou a louça cortou os cabelos desfez a cama desconstruiu o mundo. Sorriu.
de pés descalços subia os montes descia os caminhos achou os sapatos esqueceu de andar...
siga a rota dos ventos e desabe sobre meus braços para morrer ... ou eternizar.
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Confissão!
meu
coraçãoborboleta
édetodos,
minhaalma
semdono,
nemeusoudonadela
emeucorpo...
estesósuportaopesodossentidos.
terça-feira, 6 de abril de 2010
me falta o lápis
para te desenhar
elogios mundanos,
então...
carrego a pena
sofrida,
para rabiscar a melodia
da tua ausencia,
nas peles em que te busco.
segunda-feira, 5 de abril de 2010
Melodia Profana
Neste bar a poesia não entra,
aqui só tem almas querendo pecar,
sem nenhuma rima
a solidão a noite e a angústia
me gritam:
a vida é foda
e o diabo eu bebo com gelo!
quinta-feira, 1 de abril de 2010
cirandeia menina moleca, incendeia a vontade no rodar das cadeiras, no jogo das pernas... na ciranda mostra teu riso faceira, encaixa o moreno no olhar desfalece de puro prazer.
a mão suave perto da outra mão grande, o olhar preso no fundo de outro olhar, a boca quer mas não pode. estar perto é faísca não encostar, embriaga as vontades limita o corpo... expande o Ser.
patchwork
um pedaço do coração vermelho teu cabelo preto minha boca rosa tua pele... o pano todo.