domingo, 23 de abril de 2017

Nunca fui tão linda, nem tão boa, nem tão eu. 

Mais facilmente me balanço na teia da aranha,
vejo flores de outras cores.
Passarinhos patinadores cachorros cantores.
Nunca fui tanto.

Caracóis com espanto e grilos com cara de doutores.
Cada passo tem outro sentido e o sentimento
não tem hora nem momento, é todo tempo.

A lua está mais fofa e cada estrela é um brinquedo.
Nunca escrevi tamanho amor.

Nasci para ser avó mesmo, desde pequena, hoje eu sei.

Vovó de novelo escrito, fios de luz para segurar poesia,
cadeira de balanço ta faltando, mas já tem história nunca escrita,
dedo na boca e olho no olho, 
tem joaninha de bolinha e entendimento que nem veio ainda.
Agora sou gigante.