domingo, 28 de fevereiro de 2010

Quem disse que Maria sorria?
Suspirava...
da janela espiava o tempo,
seus passos
nunca avançaram
pela estrada.
Suspirava...
com amor do lado
o fogo e a natureza,
Maria sonhava...
o moreno labutava,
sorria dormia,
Maria não cansava, seguia
e a vida, se esvaía
noite ... dia
A felicidade do moreno
voltar para os braços doces,
os anseios de Maria,
a vida.
Na janela o tempo espiava,
esperava...
Ferreira Gullar,
se eu fosse

a tua água "alegre e líquida",
teria menos lágrimas represadas
minhas cachoeiras seriam de harmonia
minha voz teria sons de um rio
que deságua em calmaria...

Morar em frente a uma Via Expressa,
que corta o país,
todo dia me dá noções ilusórias
do partir.
Em cima o mesmo céu,
mas o vento me diz ,
algo esta diferente...
Fui eu que não voltei...!



garrafas ao mar !!!!
marujo desesperado envia carta de amor
à sereia d'trás as ondas,
sente sua falta mesmo sabendo
que viver com ela é estar molhado
cheirando a peixe e, ter por sogra
alguma Orca ou Mãe D'água,
que no dia das núpcias
algum golfinho desavisado
venha roubar a noiva ou,
tubarão reclamar seu terno amor.
cartas ao mar! garrafas ao marujo,
que a noite é longa e as estrelas
se retiraram , a lua cheia
desenha poesias na areia que clareia.
Mi vida es una película larga,
el templo de hacer nada
no me dieron nada
se ero lo que queria...
Soy un mínimo de vida,
muerta!

sábado, 27 de fevereiro de 2010

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

no meio do arvoredo
passarinho cantador
ficou preso na armadilha.
desesperado cantou
tão alto, que seu amor
adivinhando sofrimento
veio para perto.
estava preso.
seu lamento o amor
cobriu, com as penas
da liberdade,
livre para sempre
ela sabia
que era suas asas
e por ele voava...
era uma mala de louco,
andava de estação em estação.
quando a mão do poeta tocou
abriu-se toda,
agasalhou
a melancolia dentro.
onde antes guardava fantasia...
da alegria fez se o riso
do insólito o preciso.
o maestro disse,- canta!
a solista alma ingênua
e doce cantou , muito.
as palmas aplaudiam
o amor sendo regido
em público...
escondido na partitura
da vida dela...
dele.
...vestiu-se de princesa
o espelho revelou
Rainha.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Passou o tempo
veio à saudade
chamou, marcou...
flores, frutas,
o doce especial...
lençóis de cetim...
que sufoco!
qual música?
Chegou , olhou,
comeu, ouviu
abraçou
quando deitou...
sumiu.

sábado, 20 de fevereiro de 2010


Foto de Rodrigo Furtado
...e quando o longo cabelo da Iara
tocou a mão do marujo
céu e terra confirmaram:
o amor pode tudo...


bicicletas aladas
correndo
por avenidas
descobertas,
coloridos
pilotos de libélulas
deixando rastros
pelos ares.
no meio fio
uma
crise de identidade
a poeta
sucumbe
à mulher.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Seguro o tempo com os dentes
é só meu.
Afinal quem quer saber das minhas lacunas?
Quando a alegria cansa
e o vazio avança
nenhum tilindar,
até o blues baixa a cabeça
vencido/
a tristeza é tanta...


Hoje minha tristeza é densa
pesada sem cor.
Olho para trás e vejo,
na minha estrada,
lacunas deixadas
pelos ausentes
e outras reservadas
aos que irão faltar,
por entre lágrimas que não vão sair.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

a poeta subiu na lancha
encantada
e o encanto foi do capitão ,
viu na mulher que se
encanta raridade.
cansado das belas de popa e proa
foi seduzido pelas palavras
simplicidade e alegria
dela.
capitão cheio de mesuras
quis saber do coração
da dita cuja,
com sorriso que
abriu as velas a poeta
respondeu:
- no leme do coração
um poeta de botas, negros cabelos
e olhos de horizonte,
navega em permanente liberdade...
doçuras vestidas de luz.


Joguei poesia tua

para Iara

nas águas do Guaíba.

Enrroscou nos longos

cabelos dela,

outras iaras brincantes

vieram

dividiram tuas rimas

que viraram reflexos por todo rio,

toda cidade viu...

sorriu.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

O som do trompete
estava muito limpo.
Passou a bela
na frente
saiu maravilhoso,
estridente sujo,
como a malícia
do gingado dela.


Quando deixou de usar
as vestes de cetim e rendas
foi que a vida lhe imprimiu
as manchas roxas na pele branca.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Chora cavaco
fitas coloridas
um amor de avenida
o gaiato
vestido de pirata
me enlaça
com serpentina.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Guardados

Minha cesta de costura
dentro dela
minha avó.
Suas histórias
seus mistérios
de um tempo que
o vento deixou lá atras.
.
Almofadinhas bordadas
por tias esquisitas
Marias Joanas Fabrícias
e seus amores dores
trazidos no trem de ferro
Januários Neves Leopoldos
para cada, um bordado
cada uma, um desejo.
.
Lençol de uma, flor lilás
camisola de outra, laço atrás
vestido de noiva roído de traça.
Minha avó suas agulhas
seus chás seus "tome lá"
minhas tias os noivos
um amante
um segredo.
.
Bule de prata caiu sobre
a cesta
acordou todos os pontos
diluiu todos os sonhos.
o pé

a palavra

a pegada

uma poesia.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

No dia em que me faltar
tua poesia
fechar-se-á o céu,
queimar-se-á o sol,
a lua louca
balançará sem rumo
cessarão as melodias
estanques no ar...
desintegrar-se-ão todas partículas
o universo
caiu!
E eu estarei sozinha,
para sempre...
Ou, até que a vida amanheça de novo.
me joguei no céu
pousei no teu olhar
.
Hoje não tem poesia
tem fantasia,
eu quero ser a bela
que me rouba
o moreno
na alegoria.

Olhares Bordados


Porque a poesia virou imagem pela sensibilidade do autor.

sábado, 6 de fevereiro de 2010


Quando um poeta
perambula pela noite,
busca almas insones
para desandar paixões
dores amores.

Quando um poeta
não encontra ninguém
continua andando
atrás da viola
para acordar as vontades
que a poesia chama.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

No olhar do marinheiro
todas saudades
na alma,
o blues
leva de volta ao mar.
Seu lar.

Era um lual de despedida.
A lua cheia chegou sem convite
a onda jogou a renda
o moreno trouxe a viola
tanta sensação que as belas
saíram da janela
o marinheiro ia embora
... o mar engoliu primeiro.