sexta-feira, 29 de outubro de 2010


Abram as portas

destranquem os portões
estou de saída,
malas quase prontas
sem mapas
sigo pelo caminho
velho
conhecido
alegre.




Abram um sorriso
não vou mais chorar sózinha
em busca de um abraço ou olhar,
refazer meus passos
ter menos peso na alma.





Desta vez me apaixono
por quem esta disposto a ser feliz,
Eu Mesma.





poesias são palavras simples,
voam de mim
esvaziando os turbilhões,
pensadas depois.

Caiu um cometa no meu jardim.
veio realizar meu sonho
deixei lá sem tocar
...
desintegrou
...
um pedaço de estrela
que não sobreviveu
a solidão
do seu céu.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

eu espero um:

" bom dia !"

para ser feliz,

mas tem tanta gente no mundo

que nao consegue ver o sol,

quero sair da sombra

quero molhar o rosto de vida,

vou espantar o cinza

com um sorvete e um abraço

seja de quem for.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

as palavras também são amarras
enforcam
fazem nós
encordoam,
e,
trançam
costuram
bordam ...
sempre deixam marcas.


Vera escreveu:
"Revelam e desnudam o ser.
No que possuem de mais belo e mais hediondo.
Palavras, antes de tudo, traem quem lhes dá vida.
Palavras escorregam, ato falho...
Então você percebe o aço riscado do espelho
e a patética figura que se esconde por trás dele.
Exatamente onde me coloquei agora...tsc, tsc, tsc"

( Vera Rosendo Boa Vista Roraima)

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Andar sorrindo
na tarde nublada,
ninguem sabe,
alegria ,
estava dependurada num gancho
tua camisa usada
impregnada de ti,
afagar a veste
é acarinhar teu ser
alí no pano infiltrado
um cheiro diferente
perfume guardado,
bobices
de quem esta apaixonada.


Das palavras que brotam de ti
ensanguentadas
enluaradas
adocicadas
amanhecidas
as que mais me tocam
são as que ainda não
nasceram.

para Elisa Lucinda


sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Leila, Leilinha, Leilá,



O destino a criou por desejo,
Para viver, com o sonho nordestino.
E na vida seca do sertanejo,
...Nascer como flor entre os espinhos...



Talvez um Cristo em forma de flor,
Colorindo a vida, na fornalha do sertão...
No solo rachado, desabrocha a dor,
Com a cor rubra da paixão...



Até se tornar fruto,
Num gesto impoluto,
Trazendo a vida e a semente,



Que cairá pela terra seca e ardente,
Germinando pelo suor do amor,
Até se transformar novamente em flor...
A flor do Mandacarú, a Rainha do Sertão!





Conceiçao De Maria Machado

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terça-feira, 19 de outubro de 2010

este corpo sem pele
que se revela pela poesia,
estranha e se surpreende
com seguidores tantos,
devo dividir meus reflexos
neste espelho,
escancarar uma vida
seja pela poesia
pela dança ou pelo teatro
é sempre um risco,
que eu gosto de assumir.
foto de Américo Novaes




Porque sou feita de renascimentos...



domingo, 17 de outubro de 2010

Poesia bobinha

a poesia que distrai tras ternura para
o menino que vai,
embala com sonhos o retorno,
a poesia tem asas
vai volta,
chora e, leva pelo mundo a fora
o amor que carregamos
desde menininhos
da calça curta ou trança de florzinha.

Coreografia de pele
soltas num bailado
que voa e voa,
desencadeia o brilho
no olho,
os braços abertos
em frente a ventania,
dança
cabelos vontades
marcação dos passos
no palco do corpo.
sexo,
espetáculo fechado
só para convidados.

meu
carretel inteiro
desenrrolado
meus fios trançados
tramados com os teus,
cabelos formando
bainhas,
pelos fazendo
bordados,
gotas
traçando juntando
colando voce a mim.

sábado, 16 de outubro de 2010

a poesia
esta fagulha,
não salva
ou dá seguro,
não queima
nem refresca,
liberta
e, mais não pode
não precisa,
é poesia.
amei amei amei
apaixonadamente
amei,
desabotoei meu vestido
soltei os cabelos
descalça ... amei
Tornei a calçar
os dias
vesti os anoiteceres
cortei os cabelos
e sigo
por outra via
amei amei amei.
Saí de mim para te amar
volto por outro caminho
para não te encontrar
em mim.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

as vezes tenho tristezas tão insuperáveis
tão impenetráveis
tão janelas sem transparencias
que me assusto por completo,
as vezes é quase sempre
as vezes é uma eternidade,
uma folga no sonho
e a bruta realidade, irrompe
entra e fica
faz sombras.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Testamento

Meus pertences
tarecos e troços tão poucos,
Minha mobília
cabe no bolso de trás,
Meus sonhos
diáfanos , gigantes
evolam sem peso,
Minha pessoa miúda
até o cabelo
é pouquinho,
grande é o brilho
no olho
Frondoso o amor,
Sonhadora a menina
Sensual a mulher,
declaro estar lúcida
e nada sã,
por isso nada deixo
de herança.
Talvez uma poesia
esquecida,
ate mesmo a alegria
o sorriso maroto
roubei de mim mesma
e ,
levo junto.
Sinto muito.