segunda-feira, 26 de julho de 2010

Fiz um verso lembrando
do teu cabelo,
o vento levou
esparramou na campina.
Hoje brotam cachos ondulados
morenice que saiu do papel
virou florada fora da estação.
Menina!
sai da chuva
Seca os cabelos
Coloca calçados !...


A vida vem muito rápido
não espera
invade, leva embora
a trança a saia
encharcada.


O rebuliço no coração
a sofreguidão
a vontade de voar
antes de deixar as rendas,
Voa!


Ou vai virar só
uma canção...

do pé da goiaba
a fruta
da tua boca
o gosto
dos teus olhos
a mágoa com desejo,
de nós
a loucura saborosa.
Exorcizar a solidão
com tênues traçados,
palavras doces
vindas de um outro tempo,
som do sorriso
fragmentos de uma vida.


Um por de sol
cheio de confidencias
caminhadas
mãos entrelaçadas
muitos amanheceres,
longas madrugadas.


Exorcizar a solidão...
lembrar é existir,
Sempre.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Gisa ou Brisa


...Nada para falar

silencio,

vazio das palavras

tento nao entender

mas perceber,

porque a menina brinca

no fio da navalha,

gosta do sangue

tem prazer no vermelho vivo

escorrendo,

na alma carrega flores

no coração fardo pesado,

no momento solitário

não percebe o amor

esta vazia nem dor sente,

causa em si

cicatrizes rasas reles na pele branca

que açoitam o olhar

de quem ama.

domingo, 18 de julho de 2010

Seguindo os acordes
do blues das ruas
orientando pelo reflexo
dos teus olhos
seguindo por onde o amor
me diz
sem medo de estar sentindo
tem sal
tem frio
e o calor do teu
ser.

sexta-feira, 16 de julho de 2010



Vejo a música que vem do fogo

Ouço outra sonoridade envolvente

Que vem dos teus olhos

Negros.

Tua boca são braços

Muitos abraços.

Minha cigana gira dolente

Em tua volta,

Capturada por todos sentidos

Imantada pela tua pele

Consumida de paixão.

Bandonion solitário

Rua deserta

Fria madrugada

Num café

Ela chora

Não sabe,

Precisa abrir a porta

Para entrar o novo,

Desespero cegou o coração

Fechou os olhos

Botou medo

Na vida,

Silenciou o violão

Calou a voz

Abri minha janela

Era você

Que vinha pelo caminho.




Quando chegar

Feito lufada de vento

Entra

Não avise

Escancare portas e janelas

Levante as cortinas

Derrube o vaso.




Como raios de sol

Invada aquecendo

Iluminando clareando.

Sorrindo.




Como criança

Tome assento

Coma beba deite,

Se deleite.





Feito noite

Anoiteça

Jorre estrelas

Seja o próprio infinito

Liberto.




Deixar que a roda louca da vida
Gire
Permitir os acordes do tempo
Solto
Nas tuas manhãs serenas
Leves
Anoitecer imaginando
Não mais partir
Ficar
Tudo faz,
Tanto faz.
Viver.

Doces palavras

Áspera realidade

Suave emoção

Coração flagelado

Salvo pela ternura

Que a tua rudeza

Revela.

sábado, 10 de julho de 2010

a música das ruas
o vento seco
das tuas palavras
a balbúrdia
dos teus pensamentos
tua incerteza
teu olhar inseguro
tua vontade de
fugir,
o teu desespero
me faz falta.

segunda-feira, 5 de julho de 2010


hoje o violão ficou no canto
meu amigo
foi embora.
cantava bossa nova
tinha uma alma boêmia
não acreditava em Deus
nem Virgem Maria
eu ,
bem pequena neste mundo
rogo algum anjo descuidado
que abrace ampare e
fique ligado,
chegando por lá um cantador
meio enfezado
querendo dizer um verso
abre a porta
mais um artista chegando no andar de cima.

( para Aurélio Bender)

sou eu a menina que corre no
vento,
tenho pressa
assim como vim estou voltando
teu olhar moreno
me assola me invade
me prende me faz voar
na velocidade em que vivo
sentir amor ternura
é só mais um alento,
do vento.

sexta-feira, 2 de julho de 2010