quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

na sobra dos meus dias

uma meia lua

meias palavras

meio beijo...

uma promessa inteira.
Queria ser Maria
da tua poesia
esquenta a chaleira
ferve sonhos
dependura no varal
promessas molhadas 
de arco íris,
espanta o pó
da saudade
com os abanos  da primavera,
abre  a alma
e a casa, com o calor do verão
voce voltando
é chama acesa da paixão
nos campos da terra e do céu,
cobertas de algodão
teu corpo junto ao meu
poema
de rima e chão.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

a menina devorava fatias 
de lua cheia
esperando seu moreno
voltar das cachoeiras,
soluçava sonhos
que eram seus com ele
enquanto ele ,
se benzia em galhos 
de muitas pitangueiras...

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Facebook (1)

havia um poeta
na esquina do
tempo
esperando,
todo dia
uma bela nova
uma nova bela,
cantava tanto
que desencantou
a moça da janela...

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

a melancolia vem com 
gotas de ironia
desandar na poesia
não melhora
casar demora com piora(?)
hoje até o verso
goza
da guria triste.
um dia cinza
onde as partes 
do encaixe
estão vazias
os pedaços
espalhados
estão fazendo
muita falta...

domingo, 12 de dezembro de 2010

Mora em mim
uma moça antiga
de longas vestes
recatados modos
e um segredo insondável.


Habita em mim
o retrato quase apagado
o bilhete manuscrito
a palavra em desuso.


Dorme em mim
o amor de ontem
que espera flores
enleios e distancias
muitas lembranças.


Vive em mim
a moça quieta
esperança desfeita
sorri chorando
mente em poesia
e inventa uma vida.
Não conseguirei sem voce,
o mundo todo
pode se esfacelar
o céu cair,
sem voce não consegurei.
No teu riso
esta meu ar
nos teus olhos
minha luz,
consciente de que tudo 
renasce sempre,
jogo palavras  ao vento
partirei antes,
como num drama
antigo,
sem voce...
não conseguirei.
Se os anjos me dão licença
de criar poesia
viver dentro dela,
mergulhar escrever
estar dentro do meu sonho,
a minha realidade
meio crua muito nua
nem sempre colorida,
não é minha.


Perdi as chaves
de todas portas
hoje,
sou fantasia escolho viver
embalada nos versos
onde meu amor por você
é extase, sopro de brisa
clarão de lua  vibração
do inicio ao fim
dentro de mim.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

conto os dias pelas horas
vagas
conto as horas pela ausencia
de mim
conto o tempo pela falta
de um bater de horas
no meu andar.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Hoje tenho em mim
uma tristeza sublime
de barco ancorado no porto
sem a tripulação,
malas desfeitas no convés,
o mar e o céu
tão perto,
não alcanço nem um
nem outro.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

uma janela aberta

vendo tudo

até o sentir alheio

conhece alguma

ventania bordeline?

uma menina sem malícia

que na dança

não prega nada

só dança por prazer

te enlaça e rodopia.

sábado, 27 de novembro de 2010

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

sofrer sem ter piedade de si
cantar para o outro
quando a alma grita
nada pior que a
desilusão
o beijo amargo
da realidade
e na verdade entender
que a dor
tras a inspiração
a canção e a letra
sem importar
se colore ou desbota.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

escrevo porque respiro
complexidades sem fim,
sentimentos doçuras
estranhamentos
afastamentos distancias,
primaveras e verões
algumas prímulas
metade de uma lua
um blues um cheiro
escrevo crucificada,
dentro de cada
palavra não dita
...
infinita.
 

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Se acordo flor 
derramo palavras
despertando mulher 

 jogo charme
amanhecendo artista 

sonho
palcos e asas luzes,
é quando mais penso estar
viva.

A poesia tropeça na fantasia
para contar alforrias
subir degraus pular muros
nas palavras desenhadas,da poesia
tua vida, parece com a minha.

domingo, 14 de novembro de 2010

Na ciranda dos dias
meu coração dança
hoje sim amanhã não
na roda cirandeia
minha pele incendeia
agora sim agora sim...

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

escrever é um ofício
ingrato e delicioso
saber que nos leem
remete a outros tantos
inscritos registros
respingos,
sujar o papel
com letras
é cantar na janela alheia.



terça-feira, 9 de novembro de 2010

Libélula

Inflo meu peito
não questiono o volume
suspiros são um direito
borboleta tu que voa
sempre feliz a cantar
me diga aonde encontro
este ardor que desnorteia
meu amor libélula


Medo que ronda o ar
solavancos na memória
Pantera a se esgueirar
Calcinada pelo fogo
enxerga cordeiro lobo
corrente terra arrastar

Como explicar tanta gente
Truncado jogo do amar
existe gozo maior?
rio negro emana paz
unindo algo tão raro
terra sol azul do mar

Volta!
volta e meia vamos dar
tentando bater asas
formando as revoadas
um dois três sempre a voar.

http://www.missoesdopio.blogspot.com/

quarta-feira, 3 de novembro de 2010



-- gosto tanto de ti
e não vejo as dores
só as flores do gostar,
por isso a poesia vem
me deita me aceita
se deleita e me tem,
como eu a ti.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010


Abram as portas

destranquem os portões
estou de saída,
malas quase prontas
sem mapas
sigo pelo caminho
velho
conhecido
alegre.




Abram um sorriso
não vou mais chorar sózinha
em busca de um abraço ou olhar,
refazer meus passos
ter menos peso na alma.





Desta vez me apaixono
por quem esta disposto a ser feliz,
Eu Mesma.





poesias são palavras simples,
voam de mim
esvaziando os turbilhões,
pensadas depois.

Caiu um cometa no meu jardim.
veio realizar meu sonho
deixei lá sem tocar
...
desintegrou
...
um pedaço de estrela
que não sobreviveu
a solidão
do seu céu.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

eu espero um:

" bom dia !"

para ser feliz,

mas tem tanta gente no mundo

que nao consegue ver o sol,

quero sair da sombra

quero molhar o rosto de vida,

vou espantar o cinza

com um sorvete e um abraço

seja de quem for.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

as palavras também são amarras
enforcam
fazem nós
encordoam,
e,
trançam
costuram
bordam ...
sempre deixam marcas.


Vera escreveu:
"Revelam e desnudam o ser.
No que possuem de mais belo e mais hediondo.
Palavras, antes de tudo, traem quem lhes dá vida.
Palavras escorregam, ato falho...
Então você percebe o aço riscado do espelho
e a patética figura que se esconde por trás dele.
Exatamente onde me coloquei agora...tsc, tsc, tsc"

( Vera Rosendo Boa Vista Roraima)

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Andar sorrindo
na tarde nublada,
ninguem sabe,
alegria ,
estava dependurada num gancho
tua camisa usada
impregnada de ti,
afagar a veste
é acarinhar teu ser
alí no pano infiltrado
um cheiro diferente
perfume guardado,
bobices
de quem esta apaixonada.


Das palavras que brotam de ti
ensanguentadas
enluaradas
adocicadas
amanhecidas
as que mais me tocam
são as que ainda não
nasceram.

para Elisa Lucinda


sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Leila, Leilinha, Leilá,



O destino a criou por desejo,
Para viver, com o sonho nordestino.
E na vida seca do sertanejo,
...Nascer como flor entre os espinhos...



Talvez um Cristo em forma de flor,
Colorindo a vida, na fornalha do sertão...
No solo rachado, desabrocha a dor,
Com a cor rubra da paixão...



Até se tornar fruto,
Num gesto impoluto,
Trazendo a vida e a semente,



Que cairá pela terra seca e ardente,
Germinando pelo suor do amor,
Até se transformar novamente em flor...
A flor do Mandacarú, a Rainha do Sertão!





Conceiçao De Maria Machado

http://www.facebook.com/profile.php?id=100000801879105#!/profile.php?id=1839551469


terça-feira, 19 de outubro de 2010

este corpo sem pele
que se revela pela poesia,
estranha e se surpreende
com seguidores tantos,
devo dividir meus reflexos
neste espelho,
escancarar uma vida
seja pela poesia
pela dança ou pelo teatro
é sempre um risco,
que eu gosto de assumir.
foto de Américo Novaes




Porque sou feita de renascimentos...



domingo, 17 de outubro de 2010

Poesia bobinha

a poesia que distrai tras ternura para
o menino que vai,
embala com sonhos o retorno,
a poesia tem asas
vai volta,
chora e, leva pelo mundo a fora
o amor que carregamos
desde menininhos
da calça curta ou trança de florzinha.

Coreografia de pele
soltas num bailado
que voa e voa,
desencadeia o brilho
no olho,
os braços abertos
em frente a ventania,
dança
cabelos vontades
marcação dos passos
no palco do corpo.
sexo,
espetáculo fechado
só para convidados.

meu
carretel inteiro
desenrrolado
meus fios trançados
tramados com os teus,
cabelos formando
bainhas,
pelos fazendo
bordados,
gotas
traçando juntando
colando voce a mim.

sábado, 16 de outubro de 2010

a poesia
esta fagulha,
não salva
ou dá seguro,
não queima
nem refresca,
liberta
e, mais não pode
não precisa,
é poesia.
amei amei amei
apaixonadamente
amei,
desabotoei meu vestido
soltei os cabelos
descalça ... amei
Tornei a calçar
os dias
vesti os anoiteceres
cortei os cabelos
e sigo
por outra via
amei amei amei.
Saí de mim para te amar
volto por outro caminho
para não te encontrar
em mim.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

as vezes tenho tristezas tão insuperáveis
tão impenetráveis
tão janelas sem transparencias
que me assusto por completo,
as vezes é quase sempre
as vezes é uma eternidade,
uma folga no sonho
e a bruta realidade, irrompe
entra e fica
faz sombras.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Testamento

Meus pertences
tarecos e troços tão poucos,
Minha mobília
cabe no bolso de trás,
Meus sonhos
diáfanos , gigantes
evolam sem peso,
Minha pessoa miúda
até o cabelo
é pouquinho,
grande é o brilho
no olho
Frondoso o amor,
Sonhadora a menina
Sensual a mulher,
declaro estar lúcida
e nada sã,
por isso nada deixo
de herança.
Talvez uma poesia
esquecida,
ate mesmo a alegria
o sorriso maroto
roubei de mim mesma
e ,
levo junto.
Sinto muito.

domingo, 26 de setembro de 2010

eu,
minha
poesia coloquial,
arruma a cama
abre a janela
toma café
pensa nos beijinhos
que vou te dar
toma banho
sonha com teus braços
fortes,
sai para rua
sorri para crianças
cachorros e velhinhos,
de vestidinho e chinelinho
cabelo curtinho
pra sentir o vento na nuca
rima flor com buraco na calçada
anda rápido
sente o roçar das coxas
tem vontade de poetar
primavera em voce
coloquial,
bem natural...


quinta-feira, 23 de setembro de 2010

e disse ...vai!
ela saiu, não precisava de outras flores
foi por acreditar,
dentro alguma coisa avisava
acabando...
o inverno passou
e a primavera não admite sombras,
o infinito durou instantes
a eternidade acabou
quando terminou o sonho.
Estranhamente calma
assustadoramente lúcida
abriu os olhos
viu seu olhar
a boca descrevendo
o amor intenso
pela outra
apavorantemente claro
tristemente real
ele é só um homem
algemado
numa realidade sem poesia.

Recolher os cacos
lavar a boca
trocar a roupa
fazer uma nova
poesia,
mesmo de mentira
dizer:
estou bem
e voce vai passar.

Foi no início da primavera
que ela desfolhou
e o vento
lamento...lamento...lamento.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Voltou?

me manda um blues
por correio
mala direta
transportadora,
me manda um blues
sem lamento
me manda um blues
que tenha chorado,
me manda um blues
desgovernado
perdido entre estrelas
me manda um blues
que eu bebo todo
sentada na porta
me manda um blues
por favor um blues...

hoje
só poeira de estrela
não existo.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

qualquer poesia me contenta
uma palavra me alimenta
por isso meus suspiros
são alentos e não desalentos
pois que vem do sobrevento
de letra em letra como pétalas
amanhecendo primavera.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Me apaixono todo dia

Claro de noite

Escuro de dia

Esqueço que não posso

E vou.

Me atiro de cabeça e vou

Clareando a noite

Escurecendo o dia.

Serelos


Sou eu o elo entre ela ... ele

A mim cabe amar e deixar.

Flor entre as flores

Ser única e ser igual

Nem um tom acima

ou nuance distonante,

Para fazer o amor ter paz.

Em sonho desabrochar

E perfumar ele

Em devaneios dançar

Na brisa dela.

Ser exótica flor

Enfeitada de comum

Para deixar o amor

Ser tormenta paixão

Revolução e liberdade.

O que eu gosto em ti

São estes que te habitam...

sábado, 4 de setembro de 2010

e o que sou, afinal? Um nada, na existência...
apenas uma marionete,
dividida entre o bem e o mal...
e estou inclinado a crer que fiz a escolha errada...
Quem sabe...
Talvez o melhor seja viver sem moral...
Sugar aos outros até não poder mais...
E depois, simplesmente, me convencer de fiz o certo
e depois, dormir
em paz.


Poema Convulsivo

(Fabrícia Miranda)

Essa noite é de romances bizarros
Guardo uma navalha no bolso
para o caso de um flagelo

Por trás do meu rosto um medo
e por trás do medo um rosto.

Hoje estou excepcionalmente bela
com olhos de rímel e lágrimas
e cabeleira desgrenhada

E agora, de tão tarde, conto apenas comigo
para falar de mim mesma.

(Poema do livro Ritos de Espelho, 2002)