quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

aos queridos
copiadores,plagiadores e clones:

Pessoa pescou poesia neste blog
inscreveu num concurso,
sem mudar nem uma vírgula,
ganhou o premio maior.

Amigos denunciaram
perdeu o cheque e a compostura
a leila?
bem feliz.
palavras despretensiosas
também sofrem assalto.


Na margem direita
o moreno
na margem esquerda
o poeta
no meio do rio
uma Iara indecisa.
teu pé molhado
boca seca
olhar sedento
na umidade
do coração
tanta água
que molha
o mundo.
borboleta multicor
de longe
balãozinho contra
o céu
asas de voar
colorido de sonhar
criança só no olhar.
Tigela branca de louça
esquecida na varanda
espia a lua cheia
subindo crescendo
alí perto um sapo
reclama da água tão rasa
algumas aves atrasadas
batem nas folhas.

Tão barulhento
este silencio.

O homem dorme
na rede
cansou de esperar
nenhuma flor enfeita
a morada
vive de escrever
a própria dor.

Dorme enquanto
a natureza oferece
quadro belo de
conforto consolo.

Na tigela alguma mão
delicada
deixou pano bordado
quase gasto
não seca mais nada.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Uma vez
peguei um trem
errado.

Tive que voltar a pé
ainda tenho
ferimentos.

Agora cuido bem
meu bilhete.

Não desembarco
em qualquer
estação.

sábado, 26 de dezembro de 2009

Para um violino ausente

Melodia no ar
som do vento.

Violino na caixa
cordas paradas

Onde a mão do artista?

Em que praça
estará?
que cidade te
abriga?
Serão os ventos
iguais?


E teu sorriso
tua fé?
mudou tudo
mudou nada?

Escreva uma carta
Toca prá mim.

Me diz que ainda
acredita no teu
Deus.

Fala que tuas notas
são ainda de amor.
Que você
não se entregou.

Toca prá mim...
Saudade não se explica
nem termina.

Renova a cada pensar.
Volta com força
trás o riso o olhar.

Vontade de nem sei.

Abraçar encostar
Afastar olhar de longe.

Deixar o existir
para sempre no ontem.
Pescador

As costas
largas suadas
puxa tarrafa
bate água
no peito.

Sol nos cabelos
força nas mãos.

Se pescasse sonhos
não suava,
pingava estrelas...
Doce de natal
Mesa de festa
Cristal na taça.

Fruta da época
Laço de fita
Toalha de renda.

O vestido
é um luxo
A pele bronzeada
O semblante
Inebriante.

Dentro
nada brilha
só ausências.
Noel
voando correndo.

tem um menino alí
uma menina acolá.

Um brinquedo no saco
tem uma festa no salão
meninos esperando.

A figura do velhinho bondoso
também espera .

Ali dentro tem um menino ansioso
se reconhecendo,
nos olhos e sorrisos
de tantos pequenos.

Letras escoradas
uma na outra.

Pontuadas pelo doce
da vida,
inexistente.

Palavras que viram
histórias,
contos caminhos.

São poesias, fragmentadas.

Areia

Branquinha
cheia de marcas
mudada pelo
vento
minuto a minuto.

Areia é o própio
tempo.
Sempre igual
nova
todo dia.

Lavada pisada
soprada
juntada.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Meus amigos
Dias de Paz
Dias de Luz
Dias de Amor!
Natal é só uma palavra
quando só sai da boca,
quando sai do sentimento
é Humanidade

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Ninfas da vida real
sobre um pelego
uma linda
numa cama outra
e ainda aquela que
sonha estar numa estrela.

a minha verdade
nem metade da tua é
chama a camareira...

o chacoalhar das ondas me desarrumou a cama

envoltas em sedas cantando seus sonhos receitas de vida

misturas de amores, taças suores esperam

estrela cadente para alimentar suas vontades...

"e eu aqui vendo a noite cair apenas,

(diz ele de longe)

querendo despir-te ao marulho candente das ondas,

e mergulhar-me em ti como marujo de céu e mar."

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Roubei uma frase para fazer nascer a poesia


“um marujo perdendo o medo do mar”

Nem Pessoa nem Drumonnd
um simples marujo.
Imagino de longas viagens.

Soberbas paisagens no olhar
Cheiros de muitas terras
Saudades d’além mar.

Lá atrás na distancia
um lencinho
Uma renda uma prenda
Uma alcova um amor.

Mais adiante um porto
Seguro tranquilo
Nenhum mar revolto.

A casa do marujo
Não pode ser a terra
Com certeza é o céu.

Porque mares
Conhece todos
Ate perdeu o medo.

No horizonte
A miragem do novo
Desafio
Viver.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Loucas furiosas
Se mexem dentro de mim
Assustam os sonhos
Pensamentos.
Cutucam
Abrem feridas.

A alegria de fora
É uma porta de entrada
Falsa
Nada tem do reverso
Interior.
Abismo.

Doidas são divas
Procurando velhos tronos
Espaços agora ocupados
Roupas rotas.

Outras imagens
Mostrando sempre
A miragem de ontem
O mural gasto
Antigo álbum
Desbotado.

Novas não gemem
Não exigem
Saem faceiras
As velhas gritam
Ameaçam.

Minhas palavras
São donas de mim
Tem vontade própria
Comandam.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Quando minha terra bebe teu córrego
Não quer saber se deságua em outras
Fendas
Pois que deitada, só vejo estrelas.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009


Enorme
de mogno
cheio de cristais
e bibelôs.

Fotos desbotadas
um galhinho de miosótis
um rolo de cartas
atadas com laço
de fita rosa/
um dia foi vermelho.

Lembranças de ontem
tudo que sobrou
dentro do móvel,
relicário de um
passado.

Meu bem inesperado
me chega assim
como vento tardio
de uma primavera
distante.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Despertou amores
recusou amantes
de bocas olhares
braços e abraços
nada queria.
.
Vivia de colher flores
se banhar na lua
sózinha.
.
Nem percebeu
quando viu
estava muito perto.
.
Assaltado o coração
entregou tudo
ganhou o infinito.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

...

não passou

botei uma cortina de teatro na frente


para poder sobreviver


dizer outras coisas


no lugar das que eu gostaria de falar


mostrar um personagem


enquanto o ator esta


no camarim,


chorando.

a armadilha da tua voz
longe
me tras os perigos
do brilho do teu olhar
escuro
faz os sentidos estarem
despertos
tua boca parece perto
tão boa
vontade de encostar
na tua alma
morena.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

terça-feira, 24 de novembro de 2009

as palavras estão hj
num trem descarrilado
descendo encosta abaixo
descolorindo a cada
kilometro percorrido
tanta chuva na frente
nao dá p segurar
nem ver o caminho.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Essa poesia moleca
Gosta de rir

Brincar jogar
Ama com travessura

Pula janela
Salta sobre o buraco
Cai em pé.

Poesia de fita
Sem mistérios

Balão pandorga
Pipoca calção

Vestido de chita
Camisa de algodão

Tão bom

Menino menina
Tocando sinos
Com as mãos.
Estou solta no mundo
Nem as linhas
Da escrita me prendem
Asas abertas sobre a dor
A prisão a mesquinhez.

Estou leve sobre o mundo
Cantando sorrindo colorindo
Recebo toda luz
Sem proteção.

Estou vida sobre o mundo
Aquele que eu acredito
Me aceita
Não me desmancha
Sou parte dele me encontro.

Estou borboleta multicores
Solta leve vida
Para não pousar
Só sobrevoar.
A poesia se veste
De consoantes
Para ficar importante.
Põe espaços reticências
Para fazer de conta
Uma elegância para
falar da felicidade de amar.

O poema
Usa letra maiúscula
Rima sofisticada
Para dizer com imponência
As tontices do romance.
Meu melhor amigo
Tem consigo um amor
Que me joga farpas
Pelos olhos
Agulhas através da voz.

O amor do meu amigo
Não sabe que amor de amigo
É bonito inteiro pleno.

Sem o gozo do corpo
Só da Alma.

O meu amigo me faz
Dizer poesias
Acreditar na alegria
Sem culpa ou mágoa.

Amor de amigo
É abrigo abraço e canção.

Sem as sensações da carne
Amor de amigo
É chuva de verão

Lua cheia na beira do rio
Barulho do mar manhazinha

Cheiro de pão quentinho
Cabelo molhado no vento

Gosto bom da vida
Na boca lambuzada
De versos
para dizer
Quanto te amo meu amigo.

Ela é mais
Tem meu amigo parceiro
Dentro e fora.

Eu, tenho amigo fagueiro
Brejeiro, flor sem estação.

domingo, 15 de novembro de 2009

ah a poesia...
se esbalda nas palavras
se veste
se despe
diz verdades que não são
fala mentiras que existem
diz dos sonhos interrompidos
dos desejos esquecidos
do abraço perdido
naquela rua,
daquele perfil
banhado de luar
do ombro tostado de sol
poesia é uma casa vazia
cheia de fantasmas
baile de máscaras que nunca acabou.
Estou dentro
do tempo
infinita flor
recebendo
borboletas
vagas
incertas
coloridas de vida
eu sou o
céu da borboleta,
inatingível
solitária
apaixonada.

sábado, 14 de novembro de 2009


Trenzinho
tras letras
vagões de palavras
comboio de emoções.

Simples, atravessa
os turbilhões pessoais
alimentado de sonhos
fumega ilusões.

Malas esquecidas
cartas amanhecidas.
Segue para uma estação
que não vai chegar...

terça-feira, 10 de novembro de 2009

o tecido também é estrada
ali se constrói
no tecido a camisa,
na estrada o caminho
visto a camisa e caminho
caminho enquanto
tiro a camisa
um veste outro visa
um leva outro tira.
raiva onda vermelha
tsunami destruidor
mágoa água parada
cheia de podre e vermes
nada poético
surreal
muito real.
escrever
vomitar palavras
cuspir a vida
que não tenho
calar a saudade
cauterizar a ferida
transferir a culpa
do ontem
o sonho do amanhã
nas letras
que se juntam
de diferentes
caras
para mostrar
a minha
sem máscaras.

A poesia tem que fazer sentido
para a Alma.
Não precisa ser bela
de olhos oblícuos
longas pernas.
Sem necessidade de
mostrar conhecimento
técnica, apuro rima.

Transita na reflexão
da amorosidade
ao desespero.
A poesia desenha a vida
que eu busco
a realidade que construo
o mundo que eu pinto
para me colocar lá dentro
e ser feliz.
A emoção sobe a ladeira
as palavras descem rolando
Drumond
Camões
Pessoa
passam pelas portas
jardins janelas pessoas
encontram os caminhantes
tocam os amantes os infelizes.

A poesia anda nua pelas calçadas
nada importa
arquitetura, via expressa
praças, concreto poluição.

A melodia que invade as almas
vem do íntimo
segue pelos campos
sobe a serra
paralisa em frente ao mar.

É tão presente e forte
e é nada só sentidos,
poesia é o sopro dos anjos
nos nossos ouvidos

sábado, 7 de novembro de 2009

Mulherzinhas delicadas
de peles e seios
na vestimenta sem rendinhas
saias, lenços blusinhas.
.
Mulherzinhas deliciosas
generosas
de coxas e bocas
arquejos e soluços.
.
Mulherzinhas de fogo
beleza nos dedos
sabor na língua
força no ventre.
.
Mulherzinhas querendo
fazendo a vontade
desejando amar o amor
no corpo do homem.
.
Mulherzinhas felizes
que beijam as bocas
que abrem os lábios
brincam o amor
enquanto se abraçam.
Quando cai suave
o vestido
todo resto
é relâmpago
e o tornado
tras a chuva
que inunda
minha vida
de estrelas.
o vagalume
acende para voar.
o lume mostra
o caminho.
a lua o destino
teu olhar ilumina
meu infinito.
enluarar o olhar
é caber dentro
do horizonte
estar na tua
miragem.
na taça
a boca
toca o vidro
no corpo
a boca
toca
o sonho
no sexo
eu sou
quem toca
o céu.

Tua pele sob minhas mãos
macio de veludo
no áspero do teu tempo.
Infinito perfeito
desfeito pelo
teu desejo desperto.
Devolve minha caneta
na ponta dela
minhas palavras.

Devolve minha caneta
era ela só da poesia,
meus dedos marcados nela
real nada virtual.

Minha caneta é corpo
encena pedaços de vida
conta todas histórias.

Devolve
porque agora minha
caneta em tua mão
mistura tudo
a poesia e a prosa.

Devolve minha caneta
cheirando a fuligem
asfalto, noite luares
devolve antes que
ela só queira contar
do campo do riso e da terra.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009