quarta-feira, 6 de maio de 2015

Acordou sem amanhecer

Ficou  morando no sonho enquanto ele ainda estava alí.

Impossível imaginar que tantas horas fora do ar, não fosse uma viagem, para algum lugar que ainda não tem nas agencias de turismo. 

Manteria os olhos fechados, pelo tempo necessário de guardar os rostos, os momentos, as cores, os lugares,  os sentimentos e sensações. 

Interferências externas chegando, vem no canto de um passarinho, som de alarme de algum despertador e seguem aumentando os chamados deste mundo, água pingando na pia, porta batendo, um rádio ligado e o sonho se desprendendo em fiapos e floquinhos. 

Jogou  uma bomba de silencio no vizinho que abre as janelas com força e obriga o mundo a ouvir suas óperas estranguladas. 

Um segundo e acaba a viagem.

Metade do sonho esta guardado, a outra metade evolou, subiu, esvaneceu.  

Abriu os olhos contrafeita, o desejo  da casa no campo é quase um desespero. Morar entre  margaridas, sentir o som do vento e falar em pensamento com velhas árvores, estar em silêncio .

É um sonho, além do travesseiro.

segunda-feira, 4 de maio de 2015


Nao foram de flores
 os caminhos,
mas o céu era azul.





Meu olhar observa e rouba,
nunca sei se grades,
são prisão ou segurança.
Enquanto divago,
o passarinho canta
e a criança, sonha.

sábado, 2 de maio de 2015


Gostava de ser senhora,
beijar flores e dançar
na chuva no vento no tempo,
de rezar o terço 
nas contas coloridas.

Gostava de ser menina,
enfeitar o jardim 
com risos  e borboletas,
pescar letras
fazer  colar de poesias.

Queria ser quadrinha
cantada na calçada,
pela senhora menina
chapéu de linha
cabelo de nuvenzinha.