quinta-feira, 30 de maio de 2013

Amar verbo que canta, sem cartilha, 
sem método, cheio de frescura. 
Quanto mais gerúndio mais presente. 
Sujeito, é frase pintada em muro. 
Reboco de poeta, 
arte incompleta do transgressor: 
"ocupa coração antes que te desocupem".
Saudade é como estação do ano,
vem forte e queima,
depois fica brisa,
tem dias q pesa e faz frio,
gosto da saudade dourada,
como a que tenho agora. 
 
 

domingo, 19 de maio de 2013

Diz (quase) tdo...

Um vestido disperso
Um despir diz: perto!
Debaixo de cobertas
Descobertas...
Lá fora um cinzeiro
Aqui dentro, desconexo
Invento o inverso
Dispenso os verbos
Salto sobre os predicados
E saboreio os adjetivos.
Ah! Emoção sem juízo...

À mulher q me diz tdo... Leila Silveira
 
Américo Flávio

sexta-feira, 17 de maio de 2013




Aberto o envelope saem todas,
palavras mal passadas,
cheirando tinteiro,
ultrapassadas.
Letras pingadas
respingam sentimentos
sem sentido.
Papel timbrado da voz amada,
fechada na carta,
grita, protesta pelo direito
de ser ouvida, lida, recebida.
Benzida poesia lacrada,
tecida em papel pele,
enfeitada de nervos e suor,
foi reciclada.
Hoje é postagem do dia.
Mensagem curta do poeta morto.

terça-feira, 14 de maio de 2013

MULHER DA VIDA
Mulher da Vida,
Minha irmã.
De todos os tempos.
De todos os povos.
De todas as latitudes.
Ela vem do fundo imemorial das idades
e carrega a carga pesada
dos mais torpes sinônimos,
apelidos e ápodos:
Mulher da zona,
Mulher da rua,
Mulher perdida,
Mulher à toa.
Mulher da vida,
Minha irmã.’

cora coralina

Perdeu numa esquina
aquele jeito de ser menina,
dobrando a rua já era senhora.
Ainda brinca de princesa,
tem coroa de florzinhas, na vitrine refletida.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

escreva,
 minha ilusão precisa de sonhos,
envie tuas cartas mensagens sopros
pois minha vida é feita de devaneios,
me prenda entre tuas palavras
me acenda e deita,
me acorda entre vírgulas,
quero estar na tua frase no teu visor,
me entenda e faça colares das minhas
súplicas, regras, desfeitas,
muitas mensagens encordoadas enfeitadas,
me apresenta para teu eu,
novo velho, cheio de senões,
se perca escrevendo madrugadas
na minha pele,
me encontre entre as balbúrdias do meu amor,
entre meus lábios minhas bocas,
me aceite me devolva inteira,
não me queira e me deseja
me tenha e me solta como balão,
enfim seja um sonho bem feito
eternizado entre minhas pernas
meus sulcos meus fluidos minhas gotas
abra tua boca e me leia,
me abasteça de ti ,
me alimente de si,
me mate mas me diga uma palavra,
ansiosa nervosa raivosa
com todo teu estranho amor.


quarta-feira, 8 de maio de 2013

Sendo onda me lava de si,
como mar me afoga e agita
tem marés e calmarias,
de mar em mar
meu oceano nasceu aqui.
Atrai distrai esvai
um santo benzido de sal,
maldito abençoado 
na espuma nas brumas.
Meus horizontes entram 
balançam e descortinam sob os cílios
longas franjas de olhar,
Tantos jeitos de amar.
Amar esparramar amar
encantar
diz teu mar em mim...

terça-feira, 7 de maio de 2013


foi num quarto de hora
sem ponteiros,
desceu do sonho
estropiada atropelada,
ainda leva 
o sabor do beijo.

domingo, 5 de maio de 2013

No quanto eu ouço o céu
quando minha boca desliza na tua,
o tanto que percebo o universo,
quando ouço o som do teu coração,
enquanto dorme,
tanto e porquanto assim, amo.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

A poesia sem serventia,
sem pescoço sem braço,
é  fogo que se apagou.
Minhas estrelas são sussurros
eu não toco,
ainda sim estão lá.
Sem serventia,
a poesia é janela sem paisagem,
espelho sem reflexo.
A poesia traduz todo medo de amar...
se afoga,
sem estar no mar.