domingo, 28 de outubro de 2012


Adalgisa  2008

O café com creme, uma pitada de menta
um blues rasgado... bem melódico
abraço
beijo
e o desejo que tuas angustias
de gente palavreira, que trás a sina de escrever,
seja uma angustia meio Manoel de Barros, que cheire a terra,
um tanto Caio Fernando Abreu,
que deslize entre a urbanidade dos sentimentos, desvalidos do coração ,
tantinho de  Adélia Prado e suas palavras,
feito vestidos de algodão secando ao varal.

"um bom poeta pode fazer uma alma despedaçada voar."
Bukowski

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Poesia sem fidalguia
afiada técnica
de enfiar o florete
na jugular.
Requinte na rima,
com lâmina lisa
fere desferindo
docemente.
Sangue na folha,
verso solto
mudo extingue,
sem gume,
morre de amor.


terça-feira, 23 de outubro de 2012

Leila Silveira e o Espetáculo das Palavras

"Um sopro criativo varre a poesia de Porto Alegre"
Quem é Leila Silveira? Nunca vi. E apenas uma amiga de face. E é no face que todos os dias assisto ao espetáculo de suas palavras.
Elaboradas metáforas que dão um colorido todo especial ao insípido cotidiano, reescrevendo e reacendendo a chama de nossos sonhos. O leitor toma posse do que o poeta escreve
 e se torna seu intimo mesmo sem conhecê-lo. E essa relação se dá e acontece pelo que o poeta escreve. Uma relação pela palavra. Leila invade, de forma generosa a nossa privacidade. Revira nossas gavetas, escancara nossas portas de forma veemente, impetuosa e ao mesmo tempo delicada com seus versos.
A poesia de Leila é vivaz como um jato de luz que ilumina um ambiente escuro. Uma melodia inesperada no mundo literário.
Que os ventos soprem seus jasmins poéticos sobre todos nós.
(José Paulo Fontes)

domingo, 21 de outubro de 2012


Carregando alfaias e sonhos
desceu a ladeira subiu no mundo
acreditou no arco íris
desdenhou tesouros.
Levando uma alma inocente
conheceu o soturno.
Ainda sopra flores ao suspirar
 deita em ramas violetas
quando o sol se põem...

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Alma fazendo barulho pelos olhos
dançando  em silencio
sem entender a melodia,
passa o compasso.
Desliza  naturalmente
aguarda uma melodia  esperada,
quando entrar na dança vira ciranda
levita com ventos, sobe ... sobe,
não volta mais.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Espantando borboletas,
a coberta de estrelas
descia sobre os pés 
de  flores, anunciando
dias de intangível amor.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Quando afinal desembarcou em mim
arrebentou frestas
iluminou a sala
plantou no sotão
deitou na pele,
ligou uma arandela
nos sentidos,
desconectou a razão.