terça-feira, 30 de julho de 2013

Veio lá do Alegrete, entre anjos grilos e versos,
fez do mapa da cidade sua amada,
andou em esquinas  sonhadas em casas assombradas,
querido Quintana,
um 30 de julho,
despertou o pampa para a poesia
de borboletas risos e nuvens.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Sentar no vento
sem contatempo
aguardar a florada.
Pentear as lembranças
escovar nuvens,
tem dias que são
 notas afinadas,
refinados momentos.

domingo, 28 de julho de 2013

foto de Gilberto Winter - Lua de Julho

estas fatias de lua 
fazem minhas noites
picadas.
O amor foi o que aconteceu de mais intenso,
eterno,
como sempre desejei.
Lindo terno mãos nas mãos,
mais do que a desconfiança e a dúvida
foi  amor o que prevaleceu.
Mesmo findo o amor é lindo.
Lembrar dos momentos em cada amanhecer
em cada suor em cada riso.
O som da respiração no silencio
da vida,  em noites frias,
o riso esparso e a alegria sincera.
O amor esteve presente,
ainda está ainda vive,
mesmo que longe.
Tudo vale a pena mesmo que doa,
todos os sentidos à postos dispostos
numa deliciosa aventura de se pertencer
encontrando no outro nossa metade de tudo.
As meias verdades fazem parte do amor inteiro.
Ainda amo e sonho.
Viver é delírio.


sábado, 27 de julho de 2013


Assim como veio, foi embora
pálida imagem de um poeta 
perdido nos seus infernos,
pesadelos entranhados na alma
cheia de cracas.
Abriu as portas e as janelas
levou as dores e as chagas,
deito sorrindo levanto 
agradecendo,
foi difícil segurar a vontade 
de não falar.
Tantos planos projetados,
menos a vontade de beijar
a boca lamacenta de verde asco.
Cheirando vidas amarguradas
aromas de desespero, vidas 
encordoadas, presas
dentro daqueles olhos de anzois.
Ainda canta de sereia no velho mar
faz poesia para iludir
foi-se ao mar
e morrerá. como viveu.

domingo, 21 de julho de 2013

Vai nascendo um blues molhado
da história mal acabada,
este amor afogado em mágoa,
alma em desalento,
 é um blues.
Vestido de noites, insônias e inspirações,
melodia e goles de poesia,
aveludado e cortado blues.
Solitário despido e louco,
vagando dentro e fora
desocupa espaço,  liberto
do laço  foge,
blues ao vento.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Quase ouço o que queres dizer, por isso não falo.


Objetos pontiagudos,
estilhaços de balas,
são cruéis.
Mas, foi a poesia perdida,
que derrubou o coração


Fui sendo eu,tão sendo que esqueci do disfarce,
 sem make up, na crueza e na pele,
aconteceu dos dias dissiparem as nuvens
mostrarem o sol.
Influenciada pelas pétalas quis ser flor
brotar em ramos e enlaçar,
abraçar o desengano florar de amor.
Devaneios, elocubradas cantorias
escamas poéticas da vida diária,
sem lapidar aprendeu a devorar,
autofagia na poesia a desculpa escorregadia.

Feriu a rosa, libertou a flor.

Destino, destino
este desatino invisível,
conduz com fios tramados
o caminho,
a chegada e a partida.
Destino, destino
a sina é sempre a mesma,
termina onde começou,
desata os nós,
mostrando amarras
desfiando o passado,
guiando a vida.


 Cais em Porto Alegre foto-Bernardo Martim Beck da Silva Etges



quarta-feira, 17 de julho de 2013

Como poeta antigo,
tísico,
numa estação
de cura,
bebo sol.


Vista dos morros de Dois Irmãos RS

segunda-feira, 15 de julho de 2013

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Tudo que seca desaparece deixa marca,

como o quadro que não esta mais na parede.

Fica lá muito mais presente do que qdo estava realmente.

Resistir às lembranças são filmes sem final,

são poesias fragmentadas são vidros quebrados.

Meus cacos não sangram nem cortam, meus cortes não gritam nem gemem,

a ausencia deixa o ar parado e o sentimento anestesiado.

Não me acordem,

preciso de mais morfina e o quadro de volta na minha retina.
Amigos son nubes blancas
en medio del azul dibujando amor
de distintas formas, hace bien mirar,
son abrazos de aire. Amar.
  ( tradução carinhosa de Pablo)

quinta-feira, 11 de julho de 2013


Da próxima vez que acreditar  vou estender um pano vermelho

bem diante dos olhos, pra doer a vista e lembrar que sangra.

sem fim...

A despedida sem beijo
um olhar na distancia
virando a curva do mundo
desapareceu o sonho.

Um romance no ar
as mãos que se dão
uma boca pra beijar
tanta lágrima a molhar.

Andar pelo caminho
aguardar o outro
viver e conviver
juntos.

Ilusões feitas de palavras
sonhos feitos de amarras
abraços feito de amor
e dores feitas de mágoas.

Tem sempre um grito 
chamando,
vem pra mim,
seja de verdade enfim.

sábado, 6 de julho de 2013

.


...

O que sufoca é a porta fechada
em silencio trancada,
emparedada na poesia.
Angústia, doida varrida,
correu pro alto do prédio,
covarde demais para se jogar,
vai gritar
rasgar a roupa
marcar o corpo
chutar a dor.
Libertar o amor
para onde foi o amor?

Pele

pele calada,
vontades contidas, 
restritas formas de sentir,
a beleza  das mãos,
pele sagrada,
 envolta em saudade,
 irrestrita, sem limite,
 ausência que grita.