sábado, 6 de dezembro de 2014

Do lado de fora das paredes, 
o sol é escaldante e barulhento,
no termômetro  de rua, que não fala
mas causa espanto, o veredicto:
livros não servem como leques.

Na paz dentro das paredes, 
janelas fechadas fingem outono.
A leitura dos anônimos 
e notáveis marcados nas lombadas
empoeiradas, um prazer imenso.

Me torno comedora de sabedoria
de sentimentos de vivências,
a quietude suspira em algumas
folhas de intensa verdade, suspeita.

Não sei bem de onde vem esta 
paixão ancestral de ler universos,
absorver o passado e o impossível ,
me entranho nas vidas que leio.
Amanhã eu ligo o mundo de novo, hoje não.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014




Lá vem ela,
aparecendo
por trás do morro,
dourada e silenciosa
indiferente,
refletindo luz
no castanho dos olhos
fazendo brotar poesia
em cada fio de cabelo,
da enluarada moça,
na janela.

(foto Rafael Compassi - Astrofotografia)

sábado, 15 de novembro de 2014

Abriram as margaridas
na tarde de imenso calor,
brincou de fazer chuva
inventou um arco íris,
pra dançar colorido.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Os dias tem passos curtos
e cores nas entrelinhas,
nenhum farol indica o rumo.

Abrem se as portas os braços
os sorrisos as crenças.

Cada novo amanhecer
todas promessas estão de pé,
pendurados nos cabides
os sonhos esperam ser vestidos.

O pão tem gosto de esperança
e a coragem vem quente
na xícara de florzinhas.




quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Tecendo os dias
refazendo as linhas
soltando os pontos
cortando as sobras
tramando os sonhos
nas mãos,
a vida.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Armarinhos e miudezas
rendas fricotes e chitas
arrepios e vento nos cabelos
esmalte batom e saia,
no mesmo tom rubro,
beijos na ponta dos pés
e alguma alameda florida.
Cartão postal da poesia andarilha.



sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Trilhos no céu,
vagões sem passageiros
a ilusão, sem bagagem
sem bilhete.
Cruzando,rasgando,riscando
o azul.
foto de Alexandre Sfair

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

A poesia simples
sem maquiagem
sem bronzeado
despida de vaidades
verseja sem remos.
É uma guria
caçando grilos, soprando brisas
mudando as estações
só pra se fazer feliz.

terça-feira, 14 de outubro de 2014