quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Este coração,
mambembe,
volúvel e tendencioso,
ouve o blues da noite,
molhada,
canta em notas pingadas.
Janeiro para quem mora
na linha do Paralelo 30
é sempre um perigo,
o calor de forno,
não deixa nem suspiro,
vir à tona.
Pensamentos suados
são condenados,
rimas alteradas são descaradas.
A felicidade é andar pelado sem
legenda nem marcas...
 Porto Alegre

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Quem explica esta donzela rapariga,
que é Porto Alegre?
Vestidinho solto coxa à mostra,
colar de borboletas sandália de couro,
decote suado, chapeuzinho.
Sirigaita, flerta com turista
discute política, na sombra das paineiras.
Vai pra rua mostrar sua arte,
pleno janeiro debate no Fórum, reclama cidadania.
Não tem a cor dourada da carioca,
nem gingado da baiana.
Porto Alegre feminina, lambe um sorvete instiga o Brasil inteiro.

 arte   Irene Sheri

 
do jornal Dimensão 77 (Santo Ângelo, 1977)
Saber que a vida passa rapidamente,
que o broto nasce, floresce e cai, 
faz cada momento, ser
fantástica obra de um artista,
sem tendências, sem estilo.
Somos a obra inacabada, 
que procura o sentido,
do que não tem sentido.