sábado, 30 de julho de 2011


Clóvis criação de Paulo Stocker

Andava
sem pressa
andava
sem destino
andava
no  mundo,
um mundo
pra conhecer
desnudo
mundo.




Esperando o cais chegar mais perto
aguardando o vento virar
ansiando pela noite,
tanta claridade
tanto mar salgado
sereias e algum Netuno,
uma vela um remo
e a vida aportando breve
enquanto o casco
desmancha...

quinta-feira, 28 de julho de 2011

terça-feira, 26 de julho de 2011




o blues ... uma desculpa
tua esquina escura
esconde o rosto,
mostra a Alma
fala minha língua
sente como eu
quem és?...
não quero saber na verdade,
prefiro teu blues
e minhas madrugadas...

domingo, 24 de julho de 2011


ouvia um jazz quando morreu
descia as notas
despindo a roupa
tirando o sapato
não abriu a janela
nem trancou a porta
pensava no que não veria
chorava pelo que tanto viu.
O jazz e não os comprimidos
sem flores manchadas de sangue,
notas leves e longas
um jazz pelo amor
que morreu de dor.



Morte de Amor




O crachá verde no jaleco branco, 
silencio ao momento solene,
sentar...estender o braço,
busquei a janela com os olhos
e a vida com a esperança.

Lá fora frio e vento
Olhei para a moça de branco...
um galho sem folhas balançando,
nem um som , como um sonho, uma viagem...
tres tubos de laboratorio
cheios de sangue, vermelho vivo
Meu sangue.

Ali nos tubos, indo para São Paulo
Minha vida junto.
Neste momento deixei de amar.

Um grande amor virou passado
No sangue tão vermelho.

Minhas memórias nos tubos
para ser examinado

Não importa,
não importa o resultado
o amor é sobreviver a dor.

Como pode uma dor ou um amor,
Abstratos,
Tornarem-se concretos
em tubos?

Agora com lacres, meu nome.
Em São Paulo ninguém saberá que o sangue faz poesia, 
teatro, chora com a felicidade e
...morre 
ao ver as tristeza de amigos.

É Caio se desfragmentando para ver
se toda dor do mundo cabia num diagnóstico.

Entrei na fila 
dos meus poetas tuberculosos
dos meus amigos soropositivos
das crianças com leucemia.

Eu, nos tubos
Que não sabem
que a poesia e o blues fazem parte da vida.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Restos

Onde vc esta?
Estou chegando me aguarda.

Nem sabia o que dizer mas precisava fazer isso.

Magro, blusão novo, sapatos novos
Barbeado, jeito de cansado

Tranquila e calma,
Olhei em seus olhos,
Ele não olhava nos meus

Falou de muitas coisas
Mas não me falava nada.

Eu falei tudo mansamente.

Ele, mãos na nunca, virava o pescoço para os lados

Levantou, pegou um bloco e uma caneta, sentou de novo.
Nao fez nada. 


Falou: este sou, real 


Aluguel atrasado...
Telefone atrasado...


Eu silenciei.

Olhou-me dentro dos olhos...
Ficou me olhando

Quebrei o instante estranho...

Ri e disse estou apaixonada pelas coisas que ando fazendo.

Foi assim.

domingo, 17 de julho de 2011

Quero ser gente viva
nada de rima nem linha
as palavras me preseguem
sentam comigo
me comem
me amanhecem
as palavras dizem 
aquilo que nao me atrevo...
bater na tua cara ate sangrar
te ver morrer e depois,
em extase
saborear a vida
a minha vida.
e se eu fosse um blues hoje... 
me jogaria para dentro do trompete,
 seria um jazz para gritar toda loucura 
que não sai de mim ,
nem cai na folha,
 nem expira,
 nem morre, 
nem é som e nem silencio.
Minha vida curta esta cheia 
de traços marcas.

Tuas botas pesadas causaram cicatrizes
chagas abertas
expostas ao ar gelado.

Quando doem menos
sinto a falta dos teus passos.

Onde via coragem alegria paixão
so ilusão.

Tua força era nada
teu amor me adoeceu
tuas palavras copias
baratas de livros antigos.

Amei o que não existe.
Assim mesmo sem rima
So medo.
Quero uma nova história
um livro ainda por abrir
embalado de verdades

Capa vermelha
titulo em relevo
paginas de seda
letras de fogo

Abrir e cair dentro
ser a protagonista
aventura cheia de ação
bravura romance amor

No final serei eu
a extirpar o coração
do outro.
Escureceu a vida
o extase
a lembrança

Entontecia o sabor
a cabeça
o tesão

Desbotava o retrato
a roupa
a rima

Enlouquecia a Alma
o desejo
a tristeza

Angustia so rima
com o palido do olhar
onde havia luz
hoje retina cega.

quinta-feira, 14 de julho de 2011



Tua poesia ficou triste

era alegre,

minha poesia inexiste

nada sai de dentro.

Confirmar o lamento

faz nascer palavras

quase sem cor

com medo ... solitarias,

querendo  abraço

afagar espantar a dor

não permitir 

que teu olhar desague dor...

domingo, 3 de julho de 2011


Cada dia mais longe de mim
cada passo buscando voltar
minha pessoa se perdeu
no ontem de outro caminho.


Assumi a loucura e a paixão
de quem nem  tinha amizade
almejei o carinho o encanto
de olhos boca e abraços.



Desviei o passo no traço
torto dos teus dias,
usei a tua medida falsa
para criar um mundo verdadeiro.



Estivesse eu tão certa
da trajetória no mapa
teria usado pedras
não palavras para  
marcar minha rota.