terça-feira, 31 de maio de 2011






Afiando as unhas
para riscar teu coração
usando meias finas
para pisar sobre teus olhos
perfume sofisticado
para encobrir teu cheiro
de morte.

Um poeta só é poeta
porque deixa a vida 
escrever rimas
na sua pele quente,
deixa o traço ser abstrato
na sua alma divagante,
deixa escabelar os fios
invisíveis do sentir
em arrepios constantes,
absorve as dores falando de 
amores ,
so sabe poetar porque dança
ao som dos soluços,
e marca compassos
sem melodia presente
só desejos ausentes...

domingo, 15 de maio de 2011

Agora não vejo mais a lua
fecharam minha janela,
nem meia lua nem lua inteira
os ares da madrugada
não me trazem mais 
o vento da liberdade,
fecharam minha janela
não vejo mais o céu
nenhuma estrela,
pelos teus olhos via o mundo
no teu riso a vida sorria
estou indo embora,
buscar cura para a dor
enxergar um novo céu
mesmo que no meu
sempre brilhem teus olhos 
estrelas num céu eterno.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Entre a rua da praia 
e o muro da Mauá
tem um marujo 
das palavras
sobre as ondas 
cinzas da cidade,
ora voa ora sonha
no frio que chega,
aconchega versos 
erotiza a dança
recolhe o mastro 
canta estrelas.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Sempre um blues  
negro aveludado rasgado
descendo as ruas na madrugada
chutando uma dor pro lado
espantando a solidão
chamando algum anjo
devasso  inverso
buscando na melodia
notas dos porões das almas
madrugada fria e o blues
como companhia.