terça-feira, 25 de maio de 2010

O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato.
O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia,
meu endereço.
O amor comeu meus cartões de visita.
O amor veio e comeu todos os papéis
onde eu escrevera
meu nome.


João Cabral de Melo Neto

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