quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Sem Asas Com Asco

O profeta, maldito poeta das amargas ilusões, vive as  eternas negras noites, sem paz. 

Carrega  as memórias escurecidas, cinzentas das volúpias  pegajosas.


Escreve obstinadamente, sobre as folhas arrancadas do passado, é uma vítima do terço rezado, escravo dos próprios pecados.

Sobre imagens borradas,  carrega os olhares libidinosos de  fantasmas que há muito se libertaram.

Preso hoje dentro da própria armadilha, tece longos fios, tramas de uma vida que não existiu.

No mural das amaldiçoadas palavras, conta histórias de um louco, que precisa das fantasias.

É rei, senhor e adorado,pesadelo pegajoso. Belas  donzelas e damas, vadias e raparigas, misturadas no mesmo caldeirão perverso.

Penoso arrastar de correntes, é um monstro que não enxerga seu reflexo, vive das miríades de instantes, fugazes e loucos, da alucinógena paixão.

Cada foto roubada, alterada, manipulada, imagina ter raptado o instante, das furtivas alegrias.

Fingidas  realidades, do mais improvável romance, entre um morcego e algumas borboletas.


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