quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Teorias de Areia II

Quando as vozes de crianças vão embora, sobram os chatos pensamentos de adultos. Voltam as rugas e as bobas preocupações com dores nas articulações, a comida saudável, a caminhada obrigatória, mesmo quando se tem vontade de só balançar na rede. Os sisudos e responsáveis minutos de vida, dos que esqueceram suas  crianças interiores.
Nenhum quebra quebra, nem puxões de cabelo, nenhum grito de mãe!  
Pra que serve um cabo de vassoura se não tem ninguém pra cavalgar? As conchas guardadas, empoeiradas de tantos mares passados, de que servem se não podem ser tocadas, ou quebradas? As cortinas que serviram de cipó, voltam a inércia sem graça nenhuma, nem os babados que gostavam do desespero do cai não cai, quietamente parados.
A casa  esta quieta e as camas feitas, nenhum brinquedo pelo chão. 
Estrondo! Uma janela bate faceira, é o vento tentando despertar os barulhos, as risadas,  as princesas. Entra alvoroçado, querendo provar o famoso doce, feito de bolacha do mar, como pensavam os pequenos.
O verão é uma criança , lambuzada de areia, espuma e inocência.


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