quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Teorias de Areia III

A guria tem sinais de frustração. 
Inquieta, prende e solta o cabelo, experimenta um chapéu, indaga o espelho espia o celular, busca uma resposta ou um culpado. 
Ninguém ousa perguntar porque acordou cedo, foi ao mar e voltou sozinha, quando disse na noite anterior que ele viria. 
Ele é a melhor definição , ninguém sabe se é namorado amigo ou amigo namorado. Mal tem um nome, o rolo dura dois anos, mas pelas modernas convenções familiares, ninguém entende e todos fingem ser normal.
É bonita, independente, voluntariosa e tem um gato de raça . Nestas horas em que me dedico a pensar sobre pessoas, penso nas feministas, nas altruístas, nas amorosas. O ser feminino tem na sua essência uma semelhança universal, nem vou tentar descobrir qual  seria, são tantos e tão indeléveis que não chego a conclusão alguma.
Saltos e batons ou, brincos e colares coléricos, todos tem afinidades, não importa idade ou classe social.
Aguardo o desfecho do encontro desencontro, enquanto ouço o Bem Te Ví, cantando no pé de Pitanga.

A Rosa da Alma-Litografia de Guilherme de Faria- 1984 

Nenhum comentário:

Postar um comentário