domingo, 30 de junho de 2013

me desenha no esfumaçado do dia
me reboca de tons
quando amanhecer,
um lápis bem apontado 
pra fazer meu olhar,
trocando de cor
pra te ver acordar.
e se a dor não passa, troca a cor do batom...
O beijo leve, breve.
Um suspiro segue,
na brevidade do beijo,
o sopro devolve,
o abrigo do beijo,
lábios que aconchegam.
Abraços sem braços.
 

sábado, 29 de junho de 2013

E os dias passam voando,
disparam sem relógio,
o ponteiro enlouqueceu
não tem mais medida
o tempo parou.
Nascer de novo pra ver o sol,
aconchegar a alma 
beijar de leve
sorrir pro vento,
desejar saudades boas,
descobrir o conserto 
das coisas únicas,
que marcam a vida inteira.


sexta-feira, 28 de junho de 2013

 No olhar que observa o mundo, cristalino,
uma dor sem conta, parecida com outras tantas,
um dia foi de cores outras inesquecíveis,
algumas ainda, marajoaras.
Dores fincadas n'alma,
cruentas sem sangrarem
gritadas no escuro do Ser.
Escreveu na grossa casca da árvore,
pintou na proa do barco,
enquadrou na tela,
nenhuma ficou.
Cada mágoa teve seu tempo.
Desfeito em panos velhos
pincéis ressecados 
segue pelo mundo arrastando correntes
do passado crucificado.
Choraram louras morenas e doutoras,
na sinfonia fez  a bailarina cair,
nenhuma estrela prata com amor suficiente.
Imperfeitas, amadas de momento,
desprezadas por qualquer outra mais reluzente,
cobre seu horizonte com o negro manto,
não tem coração,
no limbo dos sentimentos
espera reconhecimento.
Um dia amará o amor que faria sobrevida
dentro da casca vazia.
Resta sempre uma fotografia
e ele dirá:
 "não foi importante não tenho nada com isso". 

Obra: Mulher Chorando - Pablo Picasso

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Abria a janela ele sempre lá.
Cantava mantras e poesias
escrevia em arco íris
desenhava nas calçadas.
Desfilava seu  dourado,
em tatuagem de lua e sol,
duplicada em outras peles.
Era só ele especial,
ela só dele.
Noites de tormentas
outras ondas,
serpentes sinuosas,
encantos exaustivos.
Ele canta, sobe os degraus,
cada dia um soneto novo.
Ela observa e chora,
no coração o sonho 
não se desfaz.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Gosto destas palavras q se deitam na minha estrada,
fazem pirraça brincam me cutucam.
Gosto de ser na vida uma ilusionista 
voadora,
sonho q descrevo o belo com cheiro de alegria.
Encanto a mim, me vendo por sorrisos,
 descubro ser  saltimbanca dos versos
desprego o quadro da parede,
viajo nele.
Me revejo sem espelhos,
asas pra que se tenho rimas?

terça-feira, 25 de junho de 2013

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Oh lua, tal qual poesia, distante e fria
abre-te em mil rimas e muitas sinas,
vem neste embate,
se encontre, me rebate.
Mulher de fina flor da cor das névoas,
presente, enfeite no escuro da noite,
um luzeiro, teu olhar acende o meu,
que acende o mundo inteiro.

domingo, 23 de junho de 2013

Nada para colorir o verso, só a esperança.
Uma paisagem verde banhada de por do sol. 
 Queria ser um quero quero
 sobre os vales da terra do pampa. 
 Dourado declinando o dia,
 enquanto chega de mansinho, 
a noite fria.
 Parece abraço de guria 
com saudade.
Por
meus amores,
dos quatro cantos,
estou sempre
no meio do caminho,
indo ou vindo.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Enquanto ela,
dançava em frente ao fogo dos olhos
ele,
ensaiava olhares em outras saias ciganas
árias devolutas,
absolutas de aceite submissa, 
fazia firulas em recados secretos
nada completos,
desconexos. 
Ela,
com nomes e codinomes. 
Ele,
em loas de prazer e deleite.
Enfim uma escrava,
escrita, mesmo q seja
é bem vinda.
Cantam em frases esparsas
repartem um outro mundo,
distante do real mundo imundo.
O amor foi desamado, em razão
de manter acesa a chama das tranças,
vendas mundanas.

como na história... Cyrano de amores morreu.


quinta-feira, 13 de junho de 2013

Noite,
rastros de saliva nos meios fios,
a língua deita nos muros,
parindo poesias na madrugada.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Já não escrevia só para si,
nem de si.
Caminhando sobre fios cruzados,
de alta tensão e, redobrada percepção,
observava a vida correndo,
sem saber para onde.

Desejar, ainda desejava;
um beija flor nos pensamentos,
flores de todas as cores, em dias cinza.
Uma janela com vista para dentro
e
tantos motivos para descrever,
a solidão,
a ilusão
e  pedaços soltos do céu,
que caem cada vez que a poesia
não é suficiente,
para amansar a melancolia.

Sem encontrarem palavras, 
saíram calados, 
levando nos bolsos toda lembrança inteira. 
Na parede,
 ainda cheirando a tinta 
a placa:
 "Há vagas para abraços".